Dióxido de titânio: da purificação de água à luta contra superbactérias.
- Consultambiental
- 28 de mar. de 2023
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Recentemente, pesquisadores do Departamento de Química da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um fármaco nanométrico promissor para combater superbactérias resistentes a múltiplos antibióticos. O composto é baseado no dióxido de titânio (TiO2), um material com propriedades fotocatalíticas que já tem sido utilizado em aplicações como fotossíntese artificial, purificação de água e produção de energia solar.
A equipe da UFPB trabalhou em colaboração com pesquisadores do National Institute of Materials Physics e do National Institute for Research and Development of Isotopic and Molecular Technologies, em Magurele, na Romênia, para desenvolver o fármaco. A equipe utilizou nanotecnologia para criar partículas de TiO2 com tamanho inferior a 100 nanômetros, permitindo que elas pudessem penetrar nas células bacterianas e matá-las de dentro para fora.
Os resultados mostraram que o fármaco nanométrico é capaz de matar bactérias resistentes, como a Escherichia coli e a Staphylococcus aureus, em concentrações muito baixas, o que pode reduzir a quantidade de fármaco necessário para tratar infecções. Além disso, o fármaco mostrou-se seguro para as células humanas testadas, o que sugere que ele pode ser usado como um tratamento seguro e eficaz contra infecções bacterianas.
Essa pesquisa é uma contribuição importante para o campo da nanomedicina, já que a resistência a antibióticos é um problema crescente em todo o mundo. Espera-se que esse fármaco nanométrico possa ser utilizado como uma nova estratégia para o tratamento de infecções bacterianas, reduzindo a necessidade de antibióticos tradicionais e ajudando a evitar a propagação de superbactérias.
Além da sua utilização na criação de um fármaco nanométrico contra superbactérias, o dióxido de titânio também tem sido utilizado em outras aplicações importantes.
Na purificação de água, o TiO2 é utilizado como um material fotocatalítico capaz de degradar poluentes orgânicos e inorgânicos presentes na água. Essa tecnologia é conhecida como fotocatálise heterogênea e tem sido considerada como uma opção viável para a produção de água potável em regiões com escassez de recursos hídricos.
Além disso, o dióxido de titânio também tem sido amplamente utilizado na produção de energia solar, como um material utilizado na fabricação de células solares. Essa tecnologia tem se mostrado promissora para a geração de energia limpa e renovável, o que pode contribuir significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
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